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Os desafios para o Brasil se consolidar no mercado de pesquisa clínica global

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Veja os fatores que contribuem para a consolidação tardia do Brasil no setor, e conheça o real potencial do país na pesquisa clínica

A pesquisa clínica é um dos campos mais importantes da ciência, pois é por meio dela que são desenvolvidos novos medicamentos, tratamentos e terapias para uma série de doenças.

No entanto, o Brasil ainda enfrenta uma série de desafios para se consolidar como um player relevante no mercado global de pesquisa clínica. A seguir, vamos discutir alguns desses desafios e suas possíveis soluções.

Brasil lidera em pesquisas clínicas na América Latina, mas representa apenas 2% do total global.

No continente latino-americano, o Brasil se destaca como o país com maior concentração de pesquisas clínicas. Cerca de quatro em cada dez estudos realizados na região são conduzidos aqui. Na América do Sul, essa proporção é ainda mais significativa, com 68% do total.

Apesar da liderança regional, o número representa apenas 2% do total de estudos realizados mundialmente. Os principais mercados são os Estados Unidos e a Europa, enquanto a China vem crescendo consistentemente e ocupa a terceira posição no ranking.

Burocracia regulatória

Um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil no campo da pesquisa clínica é a burocracia regulatória. A legislação brasileira é extremamente rigorosa e complexa, o que pode dificultar a obtenção de autorizações para a realização dos estudos clínicos. Além disso, os prazos para a análise dos pedidos são longos, o que pode afetar a competitividade do país em relação a outros mercados.

Falta de infraestrutura e logística adequada

Outro desafio para a pesquisa clínica no Brasil é a falta de infraestrutura e logística adequada, sobretudo em áreas remotas distantes das grandes cidades. No entanto, tal problema pode ser solucionado por meio de uma abordagem de pesquisa clínica descentralizada, capaz de suprimir as barreiras convencionais que afetam pacientes voluntários, médicos e empresas.

Nesse novo formato, que integra uma combinação de recursos móveis para pesquisa, profissionais itinerantes e cientistas que atuam de forma virtual, é possível conduzir pesquisas para a criação de novas terapias com maior rapidez. Tal estratégia já é adotada nos Estados Unidos, onde a pesquisa clínica recebe investimentos e proporciona às comunidades mais vulneráveis acesso a tratamentos de ponta.

Baixo investimento em pesquisas

Um terceiro desafio para a pesquisa clínica no Brasil é o baixo investimento em pesquisa. Embora o país tenha um grande potencial para a realização de estudos clínicos, muitas empresas farmacêuticas preferem investir em outros mercados por conta da burocracia e dos custos envolvidos. Isso faz com que o Brasil perca oportunidades importantes de desenvolver novos tratamentos e medicamentos.

Trunfos brasileiros

O Brasil possui vários trunfos que podem impulsionar significativamente o setor de pesquisa clínica nos próximos anos. Os centros de pesquisa e pesquisadores brasileiros possuem uma excelente reputação internacional. Além disso, a pandemia de Covid-19 e o rápido desenvolvimento de vacinas contra a doença aumentaram ainda mais a visibilidade do país na área.

Nos últimos seis anos, o tempo necessário para a aprovação da eficácia dos estudos pelas autoridades regulatórias foi reduzido em cerca de 40%. Além disso, há um projeto de lei em tramitação no Congresso que visa melhorar a regulamentação das pesquisas no Brasil, garantindo maior agilidade e segurança jurídica para os participantes e as empresas envolvidas. Embora o Brasil ainda enfrente uma série de desafios para se consolidar como um player relevante no mercado de pesquisa clínica, é importante reconhecer o potencial do país nessa área. Com investimentos em infraestrutura, logística e a desburocratização regulatória, o país pode se tornar um importante polo de pesquisa clínica, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos com tratamentos mais antigos e menos eficazes.

Nós do CEPHO buscamos, todos os dias, contribuir para o avanço da medicina e para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos que sejam acessíveis a todos os pacientes oncológicos, permitindo assim que milhares de pessoas possam desfrutar de uma vida com mais saúde e qualidade.

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