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Trastuzumabe Entansina reforça o tratamento do câncer de mama no SUS

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O tratamento do câncer de mama no Brasil acaba de ganhar um importante reforço. O Ministério da Saúde anunciou a chegada do Trastuzumabe Entansina, um medicamento inovador incorporado recentemente ao Sistema Único de Saúde (SUS). A medida representa um avanço significativo para pacientes com câncer de mama HER2-positivo, uma forma mais agressiva da doença, que muitas vezes apresenta resistência aos tratamentos convencionais.

O primeiro lote do medicamento chegou neste mês de outubro, período marcado pela campanha Outubro Rosa, dedicada à conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Esse novo protocolo terapêutico valoriza não só o acesso à saúde, mas também a equidade no tratamento das mulheres brasileiras.

O que é o Trastuzumabe Entansina?

O Trastuzumabe Entansina (também conhecido pela sigla T-DM1) é um medicamento de terapia-alvo que combina um anticorpo monoclonal (trastuzumabe) com um agente quimioterápico (entansina). Na prática, ele atua diretamente nas células tumorais HER2-positivas, liberando a quimioterapia de forma precisa no local do tumor, o que reduz os danos às células saudáveis e diminui os efeitos colaterais.

Esse medicamento é considerado de última geração e até pouco tempo atrás era acessível apenas nos sistemas privados de saúde devido ao seu alto custo. Sua incorporação ao SUS representa uma vitória para pacientes e organizações que lutam por acesso igualitário ao tratamento do câncer de mama.

Quem pode receber o medicamento pelo SUS?

Segundo o Ministério da Saúde, o Trastuzumabe Entansina é indicado para:

  • Mulheres com câncer de mama HER2-positivo;
  • Pacientes que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial;
  • Casos em estágio III, considerados localmente avançados;
  • Situações de progressão da doença durante ou após tratamento com trastuzumabe isolado.

Com esse novo recurso terapêutico, espera-se ampliar as chances de controle do tumor, reduzir o risco de metástase e aumentar a sobrevida das pacientes.

Como será feita a distribuição no SUS?

O SUS recebeu um primeiro lote composto por cerca de 12 mil unidades do medicamento, com frascos de 100 mg e 160 mg. Ao todo, serão enviados quatro lotes entre 2025 e 2026, atendendo 100% da demanda nacional. Ainda em 2025, 1.144 pacientes devem ser beneficiadas diretamente pela nova política pública de tratamento oncológico.

Outro destaque é o impacto econômico da medida: o medicamento foi adquirido com 50% de desconto em relação ao preço de mercado, totalizando R$ 159 milhões de investimento. Essa negociação reforça o compromisso do governo federal em garantir acesso a terapias avançadas sem comprometer a sustentabilidade do sistema público de saúde.

Outros avanços no tratamento do câncer de mama pelo SUS

Além do Trastuzumabe Entansina, o Ministério da Saúde também anunciou avanços na oferta de inibidores de ciclinas, medicamentos utilizados no tratamento do câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo ou HER2-negativo. A portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos será publicada neste mês, fortalecendo ainda mais os protocolos de oncologia no SUS.

Importância da inovação no combate ao câncer de mama

Incorporar novas tecnologias ao tratamento do câncer de mama é fundamental para melhorar os resultados terapêuticos e oferecer mais qualidade de vida às pacientes. O câncer de mama é o tipo que mais atinge mulheres no Brasil, sendo a principal causa de morte por câncer entre a população feminina.

Por isso, além de ampliar o acesso a terapias inovadoras como o Trastuzumabe Entansina, é fundamental reforçar ações de prevenção e diagnóstico precoce. Quando detectado no início, o câncer de mama tem até 95% de chance de cura.

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